quinta-feira, 28 de junho de 2012

Gabarito Comentado do 1° Exame de Qualificação da UERJ 2013

1. LETRA C

“Orçamentário” é o adjetivo derivado de orçamento, que é um projeção de custos e investimentos. Quando fazemos uma obra, por exemplo, calculamos o seu orçamento, ou seja, quanto se estima gastar nessa obra.

Já com essa ideia de que “orçamento” tem a ver com dinheiro, gastos, é coerente pensarmos na letra “c” – aspecto econômico. Isso, portanto, já seria suficiente para que acertássemos a questão.

Contudo, podemos ir além, desenvolvendo mais o raciocínio. A imagem que se observa da “obra de arte” é a de um rasgo, ou um rombo em destaque (na verdade, é a única coisa que se vê na tal obra). O adjetivo “realista” deixa claro que se trata de algo que, de fato, se vive, algo de acordo com a realidade. Ou seja, a “obra de arte” – a peça – mostra que o orçamento, que é real, que está de acordo com a realidade que vivemos, teve um rombo. Em outras palavras, que, devido a gastos econômicos, que a economia do país está desfalcada. Há, portanto, uma crítica à condução da economia do país.


2.  LETRA A

Acontece nesta questão algo muito recorrente nas questões da UERJ: as quatro alternativas estão coerentes com o texto, contudo apenas uma atende ao que o enunciado pede. Vale a pena ressaltar que o “distanciamento” do qual a questão fala é na verdade uma discordância, no caso, não concordância com as concepções da arte moderna.

Em relação à letra b: a frase declarativa ocorre quando o emissor da mensagem constata um fato: pintam um quadro com um rombo no meio e acham uma obra-prima...Pensando bem, o simples fato de se declarar alguma coisa não quer dizer necessariamente que estamos nos distanciando (criticando o tema, não o corroborando) dela. Apesar de essa segunda fala marcar, sim, um distanciamento, ele não é conseqüência de a frase ser declarativa. (Vamos pensar, se a frase fosse exclamativa, ela ainda sim marcaria um distanciamento)

Em relação à letra d: a simples descrição de um objeto também não revela qualquer distanciamento. Se, contudo, essa descrição fosse uma descrição subjetiva, aquela que depende do sujeito que a está fazendo, aí sim, seria uma descrição que mostrasse o tal distanciamento em relação à arte moderna.

O gabarito é a letra a: quando o personagem usa o verbo achar na 3ª pessoa (“acham uma obra-prima”), ele atribui aquela opinião – a de o quadro ser uma obra-prima – aos outros, e não a ele mesmo. Pensem nesse mesmo verbo usado na 1ª pessoa: acho uma obra-prima. Nesse caso, aí sim, o personagem estaria se comprometendo, estaria dando a sua opinião de que ele também acha que aquilo se trata de uma obra-prima.


3. LETRA D

Uerj, mais uma vez, ajudando o pessoal que não teve tempo de estudar, dando o conceito de metalinguagem no próprio enunciado da questão: o narrador “comenta na sua ficção o próprio ato de compor uma ficção”. Ou seja, pra resolver a questão era só achar uma alternativa que falasse da própria obra que estava ali sendo escrita. A única alternativa quetrata do ato de compor uma ficção, usando – para isso – termos próprios desse ato é a letra d: “Já por duas vezes, tentei escrever; mas, relendo a página, achei-a incolor, comum.”


4. LETRA C

A resposta dessa questão está precisamente nas linhas 2 e 3: “são (...) de uma lastimável limitação de ideias, cheios de fórmulas, de receitas, capazes de colher fatos detalhados e impotentes para generalizar.” Ideias limitadas, excesso de fórmulas e incapacidade de generalizar são expressões que revelam uma característica dos literatos: eles não inovam; pelo contrário, só conseguem repetir as mesmas ideias e fórmulas já batidas. Essa ideia está expressa na letra C: “repetir regras consagradas”.

5. LETRA D

A princípio, poderíamos pensar na letra a como gabarito, pois ao usar o verbo “confessar”, na primeira pessoa, o narrador assume ter feito algo que, aparentemente, ele mesmo critica (ler e estudar outros autores). Mas essa uma é daquelas questões que a Uerj gosta de fazer, em que somos tentados a ler e interpretar os trechos destacados fora do contexto. “Ora, se o trecho já foi destacado, então nem preciso voltar no texto... a resposta está aqui mesmo”. Contudo, continuando a leitura do fragmento, vemos que o narrador , depois de dar a impressão de que também erra ao ler e estudar modelos e normas, diz que “não é a ambição literária” que o move, ao contrário daquelas a quem ele chama “literatos”. Ou seja, o narrado parece fazer um julgamento autocrítico, mas logo depois de justifica. Na prática, ele está usando a estratégia de contra-argumentação do tipo concessão, que você já conhece.

Na letra D, Isaías Caminha (o narrador) fala da impossibilidade de um escritor qualquer, mesmo sendo hábil, de dizer o que ele (Isaías) sentira. Depois, fala de si mesmo: afirma que  ele próprio, o indivíduo que sofrera e pensara sobre aqueles sentimentos, também não saberia dizê-los, ou seja, não saberia escrever sobre eles. Nesse momento, ele se assume, sem ressalvas, que também tem lá suas limitações. Gabarito letra D, portanto.


6. LETRA A

Visto em nossas aulas: métodos argumentativos. O tipo de raciocínio que parte de um caso particular (“fatos detalhados”) e tira dali uma regra geral (“impotentes para generalizar”) é o indutivo (página 20, módulo 1). Letra A, portanto.


7. LETRA D

Adição = adicionar, acrescentar ideias. A alternativa que trouxesse qualquer palavra com esse sentido de acréscimo seria o gabarito. À exceção da letra D, nenhuma alternativa traz uma palavra com essa semântica. Na letra d, a palavra com esse valor semântico de adição, acréscimo é “também”. Gabarito letra d, portanto.

OBS: O conector aditivo “mas também” muitas vezes forma um par com a expressão “não só” (facilmente inferível da primeira oração: que ela não só tenha a sorte que merecer, mas que possa também, amanhã ou daqui a séculos, despertar um escritor mais hábil.) Dessa forma, o “também” está somando o fato de ter a sorte que merecer ao fato de despertar um escritor mais hábil.


8. LETRA B

O narrador vem o tempo inteiro falando da incapacidade e inabilidade de seus companheiros de escritório. No período anterior ao destacado na questão, ele deixa mais clara ainda sua opinião sobre os companheiros: “dignos de indiferença”. Contudo, apesar dessa indiferença, o narrador sente dores, se angustia.  E seus companheiros, orgulhosos do que conseguiram escrever, seriam capazes apenas de tecer críticas destrutivas em relação ao livro que Isaías estava escrevendo, gerando espanto e atitudes sarcásticas por parte deles. Todos esses sentimentos: dor, angústia, espanto e sarcasmo (os dois últimos por parte de terceiros), revelam que o narrador se sente magoado com toda essa situação. Gabarito letra b.


9. LETRA A

A opinião de Marcelo Gleiser é que não é absolutamente necessário que um filme tente ao máximo ser fiel à ciência que retrata. O autor do texto muda sua opinião (“muda” porque ele nem sempre pensou assim, como podemos perceber pelo 3º parágrafo: Até recentemente, defendia a posição mais rígida, que filmes devem tentar ao máximo ser fiéis à ciência que retratam) porque admite que existe uma diferença crucial entre um filme comercial e um documentário científico. Para chegar a esse raciocínio, vocês podem se fazer a seguinte pergunta: o narrador muda de opinião porque...

1 - “documentários devem retratar fielmente a ciência, educando e divertindo a população” ? Não parece coerente;

2 –“ filmes históricos ou mesmo aqueles fiéis à ciência têm enorme valor cultural” ? Na verdade, esse argumento fundamentaria a opinião anterior, e não a nova;

3 – “as pessoas vão ao cinema esperando uma ciência crível” ? Esse argumento também fundamentaria a opinião anterior do narrador, e não a nova.

Gabarito letra A, portanto.


10. LETRA C

Nesta questão, todos os pares de vocábulos são opostos entre si, porém apenas um deles corresponde à tal oposição estudada no campo da literatura: a ciência corresponderia à “verdade”, ao que se pode observar na realidade; Hollywood corresponderia à verossimilhança, ao que é provável, plausível de acontecer – no caso – num filme de Hollywood.

A ciência é aquela que pode atestar que o que acontece é verdade, ou então explicar o que acontece na realidade: uma explosão sem som, por exemplo. Já Hollywood, descompromissado com a ciência, ou seja, com uma realidade observável, pode, sim, mostrar uma explosão no vácuo com som pois isso é verossímil naquele universo ficcional que ela propõe.


11. LETRA B

Mais uma vez a concessão aparece como estratégia de contra-argumentação. E mais uma vez a UERJ ajudando quem esqueceu o que é a concessão, contra-argumentação ou até mesmo argumentação e suas estratégias. Nós vimos, nas nossas aulas, que o elemento introdutor de uma concessão, ou aquele que vai marcar a tal negação da contra-tese, são palavras como mas, porém, contudo, todavia, entretanto, embora etc. Ficamos então entre as letras B e D. Contudo, na letra D, não se estão reconhecendo fatos contrários ao ponto de vista defendido. Na verdade, a letra D só traz a negação ou a redução desses fatos. Letra B: A tese dele é a de que filmes de ficção não tendem a ser fiéis à ciência. A contratese, como ponto de vista contrário a tese, é então a de que filmes de ficção são fiéis à ciência. Vejam que, primeiro, se reconhece a contratese (Pode ser que existam alguns), por isso, nesse primeiro momento, o enunciador parece CONCEDER a razão a alguém que dele discorde (em outras palavras, conceder a razão a alguém que defenda a contratese). Contudo, num segundo momento NEGA essa razão, tirando-a de seu oponente, ao dizer que se existirem não

fizeram muito sucesso. É esse movimento de primeira dar a razão para o oponente para depois tirá-la dele é que caracteriza a concessão.


12. LETRA C

O segredo da questão é a palavra “identificação”, que revela serem as ideias “localidade dos Estados Unidos que concentra empresas do ramo cinematográfico” e “indústria cinematográfica” do mesmo campo semântico. Ora, se em Hollywood (um distrito da cidade de Los Angeles) há uma grande concentração de empresas do ramo cinematográfico, posso chamar esse ramo cinematográfico de Hollywood? Posso! Há uma relação de afinidade, de “identificação” entre as duas ideias. Posso, portanto, substituir, representar uma pela outra: representação de uma ideia por outra, com ambas pertencendo ao mesmo campo semântico – metonímia. Gabarito letra C, portanto.


13.  LETRA B

As sobrancelhas levantadas revelam a indiferença com que os cientistas encaram as distorções feitas pelo cinema; o público,contudo, por não ligar para a ciência, esbugalha os olhos. Ou seja, o público não se importa se aquilo está, de acordo com a ciência, certo ou não; ele só se admira daqueles efeitos – e tal admiração é indicada pelos olhos arregalados. Letra B, portanto.


14. LETRA D

Em todas as alternativas (com exceção da letra B, em que há apenas uma asserção), vemos generalizações: “Sempre vemos explosões gigantescas, estrondos fantásticos”; “Óbvio, documentários devem retratar fielmente a ciência, educando e divertindo a população”.

A única alterativa em que o autor evita uma generalização, admitindo uma exceção, é a letra D. Generalização: “as pessoas não vão ao cinema para serem educadas”; admissão de exceção: “ao menos como via de regra”.


15. LETRA C

Quando o autor falar em exageros, fala também de distorções. Distorções essas que não devem ser criticadas porque é natural para o cinema (“a arte”) distorcer, exagerar, não se preocupa com a verdade para poder convencer ao telespectador, não de que determinado fato seja real ou possível, mas convencer, por exemplo, num sentido de “educar as emoções” (linha 22). Gabarito letra C.


Mais exercícios!!!

Texto 1:

Segurança

O ponto de venda mais forte do condomínio era a sua segurança. Havia as belas casas, os jardins, os playgrounds, as piscinas, mas havia, acima de tudo, segurança. Toda a área era cercada por um muro alto. Havia um portão principal com muitos guardas que controlavam tudo por um circuito fechado de TV. Só entravam no condomínio os proprietários e visitantes devidamente identificados e crachados.

Mas os assaltos começaram assim mesmo.

 Ladrões pulavam os muros e assaltavam as casas. Os condôminos decidiram colocar torres com guardas ao longo do muro alto. Nos quatro lados. As inspeções tornaram-se mais rigorosas no portão de entrada. Agora não só os visitantes eram obrigados a usar crachá. Os proprietários e seus familiares também. Não passava ninguém pelo portão sem se identificar para a guarda. Nem as babás. Nem os bebês.

Mas os assaltos continuaram.

 Decidiram eletrificar os muros. Houve protestos, mas no fim todos concordaram. O mais importante era a segurança. Quem tocasse no fio de alta tensão em cima do muro morreria eletrocutado. Se não morresse, atrairia para o local um batalhão de guardas com ordens de atirar para matar.

Mas os assaltos continuaram.

 Grades nas janelas de todas as casas. Era o jeito. Mesmo se os ladrões ultrapassassem os altos muros, e o fio de alta tensão, e as patrulhas, e os cachorros, e a segunda cerca, de arame farpado, erguida dentro do perímetro, não conseguiriam entrar nas casas. Todas as janelas foram engradadas.

Mas os assaltos continuaram.

 Foi feito um apelo para que as pessoas saíssem de casa o mínimo possível. Dois assaltantes tinham entrado no condomínio no banco de trás do carro de um proprietário, com um revólver apontado para a sua nuca. Assaltaram a casa, depois saíram no carro roubado, com crachás roubados. Além do controle das entradas, passou a ser feito um rigoroso controle das saídas. Para sair, só com um exame demorado do crachá e com autorização expressa da guarda, que não queria conversa nem aceitava suborno.

Mas os assaltos continuaram.

Foi reforçada a guarda. Construíram uma terceira cerca. As famílias de mais posses, com mais coisas para serem roubadas, mudaram-se para uma chamada área de segurança máxima. E foi tomada uma medida extrema. Ninguém pode entrar no condomínio. Ninguém. Visitas, só num local predeterminado pela guarda, sob sua severa vigilância e por curtos períodos.

E ninguém pode sair.

Agora, a segurança é completa. Não tem havido mais assaltos. Ninguém precisa temer pelo seu patrimônio. Os ladrões que passam pela calçada só conseguem espiar através do grande portão de ferro e talvez avistar um ou outro condômino agarrado às grades da sua casa, olhando melancolicamente para a rua.

Mas surgiu outro problema.

As tentativas de fuga. E há motins constantes de condôminos que tentam de qualquer maneira atingir a liberdade. A guarda tem sido obrigada a agir com energia.

(Luis Fernando Verissimo. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001).


1 - Ao longo do texto, são intercalados parágrafos curtos, formados por apenas uma frase, e parágrafos que explicitam as tentativas de solução dos moradores para o problema que enfrentam. Qual valor semântico se estabelece entre esses dois tipos de parágrafos?


2 - Que palavra do parágrafo curto assegura e enfatiza o valor semântico acima nomeado?


3 - “Mesmo se os ladrões ultrapassassem os altos muros, e o fio de alta tensão, e as patrulhas, e os cachorros, e a segunda cerca, de arame farpado, erguida dentro do perímetro, não conseguiriam entrar nas casas”.

 Em relação ao trecho acima:

 a) Aponte o valor semântico da conjunção e.

b) Explique o efeito de sentido da repetição da conjunção e na construção de sentido do texto.


4.1 - Ao fim do texto, cessa a regularidade entre os parágrafos. Diga a partir de que frase isso acontece, explicitando o modo e o tempo verbal que passam a predominar na narração.

4.2 – Que mudanças estes novos modo e tempo verbal acarretam na narrativa?


Texto 2:



 (Retirado de: http://www.revistaboemia.com.br/Pagina/Default.aspx?IDPagina=264)



Texto 3:

 Condomínio de luxo é assaltado na zona sul de São Paulo



Um condomínio de luxo foi assaltado no fim da manhã desta quarta-feira (19) no bairro Vila Andrade, região do Morumbi, Zona Sul de São Paulo. Pelo menos três homens entraram em uma das três torres, a dos fundos, do condomínio localizado na Avenida Dona Helena Pereira de Moraes.

(...)

De acordo com o aspirante a oficial da Polícia Militar Caio Teizen, o assalto teve início por volta das 9h desta quarta-feira. Ao menos dois apartamentos foram roubados. Os três homens armados e encapuzados renderam uma funcionária e invadiram o primeiro apartamento. Depois, entraram no segundo apartamento, mantendo em cárcere privado dois moradores, dois empregados deles e mais a empregada que já havia sido rendida anteriormente. Foram roubados computadores e pequenas quantias em dinheiro, segundo Teizen.

(...)

A segurança é feita por uma empresa particular e o condomínio conta com um sistema de vigilância por câmeras. Apesar de os invasores terem subido encapuzados, em momento algum os vigias perceberam a movimentação estranha no prédio. Antes de deixarem o segundo apartamento, o trio amarrou os cinco reféns, que só conseguiram se libertar e chamar a polícia depois de 50 minutos.






5 - A partir da leitura dos textos 2 e 3, podemos afirmar que:


A - As novas tecnologias têm servido para reforçar a segurança domiciliar.

B – As casas são mais seguras que os condomínios, embora estes possuam diversos recursos de segurança.

C – As diversas medidas adotadas para garantir a segurança das residências não têm se mostrado eficazes.

D - Não é possível estabelecer relação entre os textos, já que o primeiro apresenta uma casa, ao passo que o segundo trata de um condomínio.



6 - Pode-se afirmar que uma temática comum aos três textos é:


A - A relação do homem contemporâneo com o caos urbano.

B - O sentimento de insegurança dentro das próprias residências.

C - A insegurança presente nos condomínios de luxo.

D – Os novos recursos empregados para o reforço da segurança residencial.

Exercício de conectivos

Texto  I

 

Tudo Menos Amor (Martinho da Vila)

 

Tudo que quiseres
te darei, ó flor
menos meu amor.
Darei carinho
se tiveres a necessidade
e peço a deus para lhe dar
muita felicidade.
Infelizmente,
só não posso ter-te
para mim
coisas da vida
é mesmo assim.
Embora saiba
que me tens tão grande adoração
eu sigo a ordem
e essa é dada por meu coração.
Neste romance,
existem lances sensacionais
mas te dar o meu amor, jamais.
A gente ama verdadeiramente
uma vez,
outras são puras fantasias.
Digo com nitidez.
Mais uma história de linguagens
sensíveis e reais.
O que quiseres.
Mas, o meu amor, jamais
tudo que quiseres.


1) Muitas canções brasileiras tratam de amor. O texto acima aborda essa temática de maneira convencional? Relacione sua resposta com o título da canção.


2) Levando em consideração que a segunda pessoa do discurso representa, no ato de comunicação, a pessoa com quem se fala, e que podemos identificá-la através de pronomes, verbos e vocativos, retire do texto duas marcas de interlocução que comprovem esse diálogo.


3) A construção de sentido na canção é fortemente marcada pela presença dos conectivos. Diga o valor e explique o uso do conectivo grifado:
“Darei carinho se tiveres a necessidade”


4) Levando em consideração que podemos construir o valor de oposição tanto com conectivos adversativos (mas, porém, contudo, entretanto etc) como com conectivos concessivos (embora, ainda que etc), justifique o uso do “embora” na letra a e o uso do “mas” na letra b.

a) “Embora saiba que me tens tão grande adoração, eu sigo a ordem e essa é dada por meu coração”

b) “Neste romance, existem lances sensacionais, mas te dar o meu amor, jamais.”


5) Dê o valor semântico das preposições em destaque:

a) só não posso ter-te para mim.

b) e essa é dada por meu coração.


Texto II

“Minha saúde não é de ferro
Mas meus nervos são de aço
Prá pedir silêncio eu berro
Prá fazer barulho
Eu mesma faço
Ou não!...”

Rita lee -  Jardins da babilônia

6) O trecho da canção de Rita Lee apresenta um conector em negrito. Dê o seu valor semântico e justifique seu emprego explicando a relação estabelecida entre a saúde e os nervos do eu-lírico.


Texto III

Se os duetos não se encontram mais
E os solos perderam a emoção
Se acabou o gás
Para cantar o mais simples refrão

Se a gente nota
Que uma só nota
Já nos esgota
O show perde a razão
Mas iremos achar o tom
Um acorde com lindo som
E fazer com que fique bom
Outra vez o nosso cantar
E a gente vai ser feliz
Olha nós outra vez no ar
O show tem que continuar


7)  A canção acima “O show tem que continuar”, Fundo de Quintal, apresenta alguns conectivos em negrito. Assinale a opção que apresenta seus respectivos valores:

a) consequência, adição, finalidade, oposição, companhia.

b) condição, oposição, consequência, adição, companhia.

c) explicação, oposição, destino, concessão, conteúdo.

d) condição, adição, finalidade, oposição, conteúdo.


Texto IV

“Quando a gente ama,
A gente fica meio bobo,
É normal, eu sei
Mas esse é meu momento,
Vou usar o meu talento,
Pra me declarar

Tudo pra te impressionar
Se liga que o pretinho quer te conquistar
Se eu te der carinho você vai gostar”

Buquê de Flores  - Thiaguinho




8) Levando em consideração que  “pra” é a forma coloquial para a preposição “para”, diga se o valor semântico é o mesmo nas duas ocorrências que aparecem no trecho da canção acima. Justifique sua resposta.

9) O termo “se” aparece nos dois últimos versos do trecho acima. Levando em consideração que eles apresentam funções e valores distintos, retire o verso em que se trata de um conectivo e dê seu valor semântico.

Exercício de verbos

1-    Na cerimônia religiosa de casamento na Igreja Católica, o padre, logo após declarar casados os noivos, costuma dizer:


“O que Deus uniu o homem não separe”.


Agora considere a seguinte frase:


“O que Deus uniu o homem não separa”.


Qual dessas duas formas de expressão deixa claro que o casamento é um ato indissolúvel? Justifique.


2-   A leitura atenta do poema de Mário Quintana transcrito a seguir permite que se identifiquem, de maneira clara, referências a momentos diferentes: o presente do eu-lírico, o passado do eu-lírico e um passado remoto (“ferocíssimas batalhas políticas do ano de 1910”).

Pesquisa 
Na gostosa penumbra da Biblioteca Municipal
leio velhos jornais
e
dos anúncios prescritos
das novidades caducas
dos poetas mortos há tanto tempo que parecem de novo estreantes
das ferocíssimas batalhas políticas do ano de 1910
– brotam como balões meus sábados azuis
as horas bebidas aos goles
(num copo azul)
e as ruas de poeira e sol onde bailam sozinhos
os meus sapatos de colegial.

 (Mário Quintana. Porta Giratória. São Paulo: Globo, 1997)


De acordo com o texto, as formas verbais “leio” e “bailam” apresentam o mesmo valor semântico? Justifique.


3-   O anúncio a seguir, publicado há muitos anos, fazia parte da campanha publicitária do tecido Tergal.
















 (Anúncio do Tergal. 1969. Cem anos de propaganda. São Paulo, Abril Cultural, 1980)


Esse texto publicitário combina palavras e imagens, buscando induzir o leitor a comprar o produto: o tecido tergal. Com base nesse comentário, comente a relação que se estabelece entre o modo verbal adotado em “tergalize-se” e os aspectos visuais do texto.


4-   (UNICAMP-1992) As gramáticas costumam definir os tempos verbais de forma simplificada. C. Cunha e L. Cintra, por exemplo, em sua Nova gramática do português contemporâneo, dizem que o futuro designa um fato ocorrido após o momento em que se fala. Observe como Bastos Tigre joga com essa noção de futuro para dar uma interpretação engraçada do sétimo mandamento bíblico:

“Não furtarás - prega o Decálogo - e cada homem deixa para amanhã a observância do sétimo mandamento”.

(Citado por Mendes Fradique em sua Gramática portugueza pelo methodo confuso, 1928)


a)    Qual a interpretação usual (feita, por exemplo, por um rabino, um pastor ou um padre) desse mandamento?


b)   Qual a interpretação feita por Bastos Tigre?
Explicação teórica sobre Semântica dos modos e tempos verbais

In principio erat uerbum

Passaremos a estudar agora o verbo, sob o ponto de vista da semântica.

1.1 Mas o que é semântica?

Quando falamos em semântica, falamos em significação. Ora, quando digo que vamos estudar a semântica dos modos e tempos verbais, quero dizer que estudaremos o que eles significam, quais os significados que carregam.

Estudaremos as semânticas dos modos e tempos verbais, isto quer dizer que estudaremos o que cada modo e cada tempo significam.

2. Semântica dos MODOS e TEMPOS verbais

O modo verbal é aquilo que vai mostrar minha posição de dúvida, de certeza, de desejo, de ordem a respeito da ação expressa pelo verbo. Vamos ver como funciona na prática?

2.1 Modo Imperativo

O que é imperar? Segundo o dicionário é dominar, governar, reinar, estabelecer. Pensando assim, entendemos a semântica (agora que já sabemos que semântica é o mesmo que significação) deste modo. O imperativo é o modo que dá uma ordem, um conselho, uma dica, uma súplica, uma sugestão ou faz um pedido.

Ex.: Faça o dever.
Leia com atenção.
Pare.
Não faça isso.
Não confiemos tanto nas pessoas.
Não desistamos de nossos ideais.

-> Estudamos o tipo textual injuntivo e vemos que ele é o tipo textual usado por quem dá uma ordem. Dissemos que ele utiliza o modo verbal imperativo. Agora tudo ficou mais claro, não?

-> Outra observação a respeito do imperativo é a confusão que podemos fazer ao usá-lo no “nós”, por não estarmos acostumados a conjuga-lo desta maneira. Uma dica é transpor para a segunda ou terceira pessoa do singular, para que vejamos com mais clareza que é uma forma imperativa e não confundamos com o subjuntivo. Além disso, veremos mais à frente que o subjuntivo depende sempre de uma subordinação, o que não ocorre com o subjuntivo.

Não desistamos de nossos ideais. ~> Não desista de seus ideais.
Não confiemos tanto nas pessoas. ~> Não confie tanto nas pessoas.

O modo imperativo é formado a partir do presente do indicativo e ele não se subdivide em tempos.

2.2 Modo Subjuntivo

O modo subjuntivo está ligado à subjetividade. Subjetividade diz respeito aos nossos julgamentos de valor, às nossas opiniões, à nossa singularidade de pensamento. O modo subjuntivo sempre vai exprimir uma avaliação subjetiva das ações expressas pelo verbo; portanto, ele é o modo da incerteza, do desejo, da possibilidade. A semântica do subjuntivo nunca será de certeza, mas sempre de possibilidade, dúvida, irrealidade.

Ex.: Espero que ele venha.
Quero que ele venha.
Se ele viesse seria muito bom.
Se você fizesse o dever regularmente, tudo seria mais fácil.

-> Como já dissemos antes, o verbo no subjuntivo tem uma particularidade. Ele ocorre somente em estruturas subordinadas. O que isso quer dizer? Isso quer dizer que ele vai aparecer em uma estrutura dependente de um outro verbo – quero (verbo do qual o subjuntivo depende) que ele venha (subjuntivo), ou dependente de um nome – talvez (nome do qual o subjuntivo depende) ele venha (subjuntivo).

-> O modo subjuntivo se subdivide em três tempos: presente, futuro e pretérito imperfeito. Não daremos tanta importância à semântica desses tempos pois não é o foco do vestibular; falaremos apenas das marcas formais que os identificam.

2.2.1 Presente do Subjuntivo

Marcas formais que o identificam: E/A
Ex.: Quero que você trabalhe.
Tomara que ele venha.

2.2.2 Futuro do Subjuntivo

Marca formal que o identifica: R
Ex.: Quando eu chegar, abra a porta.
Se eu for, te avisarei antes.

2.2.2 Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

Marcas formais que o identificam: SSE
Ex.:
Se você deixasse, eu iria.
Se eu pudesse, eu faria.

2.3 Modo Indicativo

O modo indicativo é o mais versátil. Ele é o único que afirma, que fala com certeza. Porém, isso não impede que ele possa trabalhar também com a dúvida e com a possibilidade.

Ex.: Eu sei que ele vem.
Eu acho que tudo dará certo.
Eu fiz todo o dever.
Eu não saí ontem.

Além disso, vimos que o modo subjuntivo somente ocorre em uma estrutura subordinada, dependente de um nome ou de um outro verbo. O indicativo, por sua vez, pode ou não ocorrer em uma estrutura subordinada.

Ex.: Eu não sei nada da matéria! (estrutura sem subordinação, não depende de nenhuma outra)
Eu quero que tudo certo.

O está subordinado ao verbo quero, não poderia existir sem ele. Não existe a frase tudo dê certo, parece que falta algo, não é? Essa sensação de que falta algo é por causa da subordinação.

O modo indicativo se divide em presente, pretérito e futuro e os tempos pretérito e futuro se subdividem também. Vamos ver.

2.3.1 Presente do Indicativo

Tempo verbal é a categoria que indica quando aconteceu a ação expressa pelo verbo, em relação a outro marco temporal. Em geral, os fatos são considerados no tempo em relação à enunciação, ou seja, ao momento em que se fala. Porém, há dois tempos no modo indicativo um pouco diferentes e que veremos mais à frente. Por enquanto, vamos nos deter ao presente do indicativo.

Vimos que o modo indicativo é o mais versátil, devido às variadas semânticas que ele possui em relação aos outros modos. Agora vamos ver que o presente do indicativo é o tempo mais versátil em relação aos outros tempos, é o que possui a maior quantidade de possibilidades semânticas, é o que pode adquirir maior quantidade de significados.

a) Rotina

O presente do indicativo pode indicar um fato rotineiro, que costuma acontecer com frequência.

Ex.: Sempre acordo às 6 da manhã.
Eu estudo todos os dias.

b) Fato simultâneo ao momento da fala

O presente do indicativo pode indicar um fato que está acontecendo no momento em que se fala.

Ex.: Vagner Love chuta a bola para o gol.
Estou na casa de uma amiga.

c) Passado

O presente do indicativo pode indicar um fato que já ocorreu. Em geral, o tipo textual narrativo usa muito o presente com a intenção de aproximar a história do leitor, fazer com que o leitor sinta que está assistindo à história, participando dela.

Ex.: Em 1808, a família real chega ao Brasil.
Após falar isso, Isabela sai, sem ao menos olhar pra trás.

d) Futuro

O presente do indicativo pode indicar um fato que ainda vai ocorrer, este uso é muito comum na linguagem coloquial, no nosso falar cotidiano.

Ex.: Na próxima semana eu vou à sua casa.
Amanhã eu te ligo sem falta.

e) Verdade absoluta

O presente do indicativo pode indicar uma verdade absoluta, um fato constante e que todos concordam, uma verdade universal.

Ex.: A terra gira em torno do sol.
A água ferve a 100ºC.

2.3.2 Pretérito Perfeito do Indicativo

O pretérito perfeito do indicativo, assim como o presente do indicativo, não possui marca formal de modo ou tempo que o identifique. Passemos, então, à análise de seus possíveis significados.

O pretérito perfeito do indicativo é o tempo que indica um passado pontual, um fato que aconteceu e já está acabado. Porém, ele pode também indicar um fato com aspecto durativo, com uma semântica de continuidade. Vejamos.

a) Fato pontual no passado

Fato pontual no passado é um fato que aconteceu em um momento e terminou, não teve uma duração estendida, sendo, por isto, pontual.

Ex.: Ele pulou alto.
Joguei futebol ontem.

b) Fato durativo no passado

Fato durativo é aquele que teve uma duração, ou seja, ocorreu durante algum tempo, mesmo que pequeno.

Ex.: Falei no telefone por horas.
Ela leu durante três horas.

2.3.3 Pretérito Imperfeito do Indicativo

Enquanto o pretérito perfeito pode indicar uma ação que foi concluída no passado, com aspecto durativo ou não, o pretérito imperfeito só pode indicar uma ação com aspecto durativo, uma ação que ocorreu por certo tempo, por isso se chama imperfeito, pois a ação que ele indica não foi finalizada imediatamente, mas demorou algum tempo para ser finalizada ou a ação costumava acontecer.

Ex.: Eu jogava bola todos os dias.
Eu lia muito na biblioteca.

Marcas formais que o identificam: VA/VE/IA/IE

Ex.: Eu cantava muito no karaokê antigamente.
Vós faláveis demais.
Ela lia sem parar Harry Potter.
Vós vendíeis bem antigamente.

2.3.4 Pretérito Mais Que Perfeito do Indicativo

Quando começamos nossa conversa sobre tempo verbal, dissemos que a maioria dos tempos se refere ao momento em que se fala, porém temos exceções. São duas as exceções, uma é o futuro do pretérito, que veremos mais à frente e a outra exceção é o pretérito mais que perfeito. Esses dois tempos não se referem ao momento da enunciação, ou seja, ao momento em que se fala, mas se referem a um momento indicado por um outro verbo.

O pretérito mais que perfeito do indicativo não está em relação ao momento da fala, mas a um outro verbo também no pretérito. A ação que o pretérito mais que perfeito indica, ocorreu antes de uma outra, também no passado, por isso ele é chamado de pretérito mais que perfeito, pois ele é passado em relação a um outro fato também ocorrido no passado.

Ex.: O pai chegou ao local em que o acidente acontecera.

A ação expressa pelo verbo no pretérito mais que perfeito acontecera, ocorreu antes da ação expressa pelo verbo no pretérito perfeito chegou.

Ex.: Ela já fizera o que lhe pedi quando lhe telefonei.
Nós já partíramos quando você chegou, desculpe-nos!

-> Atualmente, o pretérito mais que perfeito não é utilizado na fala e tem sido pouco utilizado, inclusive, na escrita, se restringindo à linguagem poética (Pudera não ser tão voluptuosa!); na fala, tende a ser substituído por uma locução de particípio com verbo auxiliar ter ou haver no pretérito imperfeito:

Ex.: Ela já fora quando eu cheguei. (pretérito mais que perfeito)
Ela já tinha ido quando eu cheguei. (locução verbal: auxiliar ter no pretérito imperfeito + particípio)

Ele já fizera o trabalho quando lhe telefonei. (pretérito mais que perfeito)
Ele já havia feito o trabalho quando lhe telefonei. (locução verbal: auxiliar haver no pretérito imperfeito + particípio)

-> O pretérito mais que perfeito tem outra particularidade. Além de ele ocorrer em relação a um outro passado, ele pode também ocorrer em expressões exclamativas, algumas cristalizadas, como, por exemplo, Quem me dera! Algumas dessas expressões exclamativas ainda permanecem em uso.

Marcas formais que o identificam: RA/RE (átonos)

Ex.: Eu já fizera todo o trabalho sozinha quando você me ofereceu ajuda.
Vós vendêreis todo o estoque antes de o novo chegar.

2.3.5 Futuro do Presente do Indicativo

O futuro do presente do indicativo representa uma ação posterior ao momento em que se fala. Ele pode ter três semânticas. Vejamos

a) Futuro em relação ao momento em que se fala

O futuro do presente pode indicar um fato que ocorrerá após o momento da enunciação

Ex.: Amanhã vencerei o jogo, não há dúvida.
Amanhã irei à sua casa pela manhã.

b) Dúvida

O futuro do presente pode indicar dúvida de quem fala em relação a um fato. Ocorre em frases interrogativas.

Ex.: Será ela a pessoa certa?
Tudo dará certo amanhã?

c) Ordem

O futuro do presente pode indicar uma ordem, equivalendo semanticamente ao imperativo.

Ex.: Não matarás.
Não roubarás.

Marcas formais que identificam o futuro do presente do indicativo: RA/RE (tônicos)

Ex.: Amanhã estudarei o dia inteiro.
Tem certeza de que fa isso?

2.3.6 Futuro do Pretérito do Indicativo

O futuro do pretérito não indica um fato futuro em relação ao momento da enunciação, mas um fato futuro em relação a um fato expresso por um outro verbo. Por isso se chama futuro do pretérito, pois ocorreu depois de uma ação do passado; é futuro em relação a esta ação.

Ex.: Eu sabia que ela iria à casa de minha amiga.

O verbo no futuro do pretérito iria refere-se a um fato que aconteceu depois do fato expresso pelo verbo no pretérito imperfeito sabia. Ir, portanto, é futuro em relação a saber.

Ex.: Eu tinha certeza de que ela faria isso.
Ele contaria tudo se eu não chegasse a tempo.

-> Atualmente, o futuro do pretérito não é utilizado na fala, sendo substituído pelo pretérito imperfeito do indicativo:

Ex.: Eu sabia que ela iria à casa de minha amiga. (futuro do pretérito)
Eu sabia que ela ia à casa de minha amiga. (pretérito imperfeito)

Se ele soubesse os detalhes, contaria-me tudo. (futuro do pretérito)
Se ele soubesse de detalhes, contava-me tudo. (pretérito imperfeito)

O futuro do pretérito pode ter, ainda, outras significações

a) Polidez

O futuro do pretérito pode ser utilizado para pedir um favor, fazer uma solicitação de forma educada.

Ex.: Você me emprestaria sua caneta?
Você me faria esse favor?

b) Dúvida

O futuro do pretérito poder indicar dúvida, incerteza.

Ex.: Seria ela a pessoa ideal para o cargo?
Seríamos nós os vencedores?

c) Afastamento do que está sendo dito

O futuro do pretérito pode ser utilizado com a finalidade de afastamento do que se diz, o enunciador (quem fala) produz uma sentença de dúvida, mas como se aquela opinião não fosse dele, como se aquela opinião fosse de outras pessoas e ele apenas a estaria transmitindo.

Ex.: Segundo alguns disseram, João seria o culpado.
Ana disse que Mariana viria aqui, eu não sei.

Marcas formais que identificam o futuro do presente do indicativo: RIA/RIE

Ex.: Ele acreditou que chegaria a tempo.
Comeríeis melhor se não fosseis a um restaurante fast food.